Qualquer semelhança com a vida real é mera coincidência!

domingo, 11 de dezembro de 2011

Parede e você, você e parede

Um dia qualquer, você faz uma aposta com uma amiga para pegar um cara. Um cara que era gentil, querido, carinhoso, atencioso, bonito, amigo, um cara que parecia ser perfeito.
Você ganha a aposta, pega o cara e sem querer começa a rolar um sentimento. Sentimento vindo da sua parte e aparentemente da parte dele também.


Muitas conversas, um desentendimento, acertos, ajustes, até que tudo parece estar caminhando muito bem.
Todos os dias muitas ligações, ligações de bom dia e de boa noite. Muitas visitas, muitos encontros, ele participa de episódios importantes de sua vida, você compartilha com ele seus anseios, suas vontades, seus sonhos. Compartilha também suas histórias do passado, conta coisas que conseguiu enterrar, coisas que fizeram você ser o que é hoje.


Você se ferrou e estrepou tantas e tantas vezes no passado que hoje tem uma parede bem grossa que te separa do mundo afetivo. Mas acredita que pode se apaixonar de novo, e escolhe um pedaço dessa parede para tentar fazer um buraco e passar pro outro lado.


Dia após dia, depois de demonstrações de carinho, você vai quebrando um pouquinho mais porque sente que daquela vez vale a pena, até que consegue um buraco grande o suficiente para passar pro outro lado, e passa!


Chega no outro lado com aquele friozinho na barriga, com aquele medo de que tudo pode dar errado mais uma vez e que vai ter que voltar correndo pro outro lado da parede e tampar o buraco que você quebrou acreditando que dessa vez valeria a pena. Pensamento pessimista talvez, ou apenas um pensamento de precaução.


Vive alguns dias do outro lado dessa parede, sente aquele ar fresco batendo na cara, aquela coisa gostosa de borboletas no estômago, aquele bem estar, uma sensação de estar sendo massageada todo o tempo, o calor do sol. Uma sensação incrívelmente gostosa. O céu é azul e tudo são flores. Seu dia pode ter sido uma porcaria, mas uma única ligação, uma mensagem ou um beijo transforma tudo em bem estar.


Só que um dia, núvens começam a aparecer nesse céu azul, até então núvens brancas e fofas, mas que as vezes cobrem o sol. O vento começa a ficar mais gelado e cada vez menos sente o calor. Sente frio, o tempo fecha e você se lembra que do outro lado da parede é melhor, lá é onde você esteve nos últimos tempos, está quentinho e lá é onde você se sente protegida. 


Ainda resiste algumas gotas de chuva, tenta se cobrir de algum jeito, mas quando percebe que está se molhando demais e se lembra de algumas tempestades que viveu no passado e que foram horríveis, percebe que é a hora de voltar de onde veio e fechar o buraco que tanto te custou quebrar.
Pula pro outro lado correndo, fecha a parede e então consegue respirar aliviada novamente.


Passar pro outro lado da parede é bom, todo mundo merece sentir esses dias de bem estar, mas quando o tempo fecha, o melhor é se proteger.


As vezes achamos que aquela pessoa realmente vale a pena, mas não. É mais uma pessoa que apareceu na sua vida, falou o que você precisava ouvir no momento, te fez sentir coisas que achou que nunca mais sentiria. Você volta a sentir aquela coisa gostosa de paixão, sente que seus olhos brilham ao ver uma pessoa. Isso é muito bom e necessário.


Mas não passe muitas vezes para o lado de lá da parede, porque enquanto você ainda conseguir voltar pro seguro ilesa, ok, mas uma hora essa sua parede está tão cheia de remendos que ela desaba e quando isso acontece, o peso dos tijolos em cima de você não é nada leve e dói pra valer.


Não quebre sua parede por qualquer coisa, conheça muito bem antes o que te espera do outro lado e se realmente vale a pena, caso contrário, fica no seu lugarzinho quentinho que um dia vai surgir um motivo realmente verdadeiro e real pra você viver isso tudo e nunca mais se preocupar em voltar pro lado de cá.

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