Assombração boa é assombração no cemitério

As vezes o assombração não precisa ser seu ex, pode ser uma dessas pessoas que aparecem na sua vida do nada, causam rebuliço, somem, aparecem e voltam a sumir...

Situação: eba! a mona se forma na faculdade e vai morar em uma cidade bem longe da dos pais. Aquela novidade total, pessoas novas, lugares...pressentimento que várias aventuras vão acontecer!
Como uma boa lady, ela passa a freqüentar todos os lugares e eventos cool da cidade. E um desses eventos acontece em um lugar bem grande, lotado de pessoas de todos os tipos e alguns caminhões rodando o recinto em círculos com bandas em cima ( micareta...).
No início rola até uma resistência, mas lady que é lady só atrai divas como amigas e estas fazem a cabeça da pobre menina.

Primeira noite, aquela confusão, tudo engraçado, vários bofes interessantes. Segunda noite, caras repetidas, bofes interessantes parte 2, flertes da noite anterior sendo finalizados. Até que a ilustríssima se cansa daquele corre-corre, de tantos pedidos em casamento em vão e vai sola para o banheiro. No caminho avista um príncipe. Príncipe de verdade.
Ela vai para o seu belo banheiro químico todo nojento, se equilibra toda dentro daquela cabine e sai toda bagunçada. Logo nos primeiros passos, olha para a grade e vê alí, mais belo como nunca o príncipe encantado, olhando e sorrindo.
Se arruma, passa andando como se estivesse em uma passarela na Fashion Week de Paris, empina o nariz e passa reto, só que por dentro mentalizando "me chama, me puxa, diz que me ama" (bem axé isso). E pumba! É isso que acontece! Ele sai andando atrás dela, chega do lado e começa a puxar papo. Ela se fazendo de ''a'' resistente ainda faz uma gracinha (na época ela podia!!) mas no final acaba se rendendo aos encantos de seu mais novo flerte.
Conversam, ela se esquece completamente do evento em sí e combinam que se verão mais vezes. Ela vai embora, deixa apenas seu endereço com absoluta certeza que foi apenas mais um sonho de uma noite de verão...

Ela encontra suas amigas divas e continuam a festa até sabe-se lá que horas...
No outro dia, aquele estrago todo armado, sai do banho, enfrenta o seu grande amigo Mi (miojo) quando toca o interfone e o porteiro que um amigo dela queria subir. Mas oras, ela não estava esperando ninguém!
Corre para a sacada e avista o coco do seu príncipe encantado!! Ele tinha lembrado, que lindo não?
Depois desse dia algumas coisas aconteceram, ela o encontrou algumas vezes e com ele que foi pela primeira vez para um motel (hmmm - segundo relato foi detestável ver espelhos no teto e nas paredes).
Mas por algum motivo foi morrendo. E morreu?
Não... não morreu!

Anos se passaram, a linda se apaixonou outras 675 mil vezes, e assim que sai de um relacionamento longo e duradouro, encontra quem casualmente na internet? O príncipe!
Papo vai, papo vem, eles combinam alguns encontros só que ela nunca se anima de verdade. Dá um perdido aqui, uma desculpinha alí ...até que uma bela noite o encontro acaba se tornando inevitável.
Bebem alguns chops, atualizam as vidas e ela repara que ele não tinha mudado nada! Seguia sendo o príncipe divino daquela micareta.
Quando vão embora, ele dá uma carona para ela e do nada se declara! Sim! Se declara abertamente, diz que não quer mais perdê-la nunca mais e já que a vida os uniu novamente, que ele ia aproveitar cada instante e a pede em namoro!!
Que liiindo né gentem!! Quem que não quer ouvir uma declaração dessas na vida? Super de cinema Hollywoodiano... ela pensa que talvez seria divertido fingir que caiu em toda essa papagaiada e dá corda para o phopho.
Combinam de viajar no final de semana e vão! Tudo lindo até que ela não se sente muito bem alí ... fingindo estar curtindo uma relação que não existe... e? Começa ver defeitos em TU-DO. Desde o seu chinelo até as brincadeiras idiotas que fazia.
Termina o namoro em silêncio. Há! Quem que faz isso? Só a diva mesmo....
Voltam para a cidade atual, mal se despedem e cada um toca sua vida.

Na outra semana não se falam mais, até que uma amiga dela conta que na última roda que fizeram o nome da ryca estava saindo da boca dele, e pior...ele não parava de dizer que ela estava apaixonada por ele e estava atormentando com tantas ligações.
Ã? Desde quando? A linda já estava com outro, tonto.
Fica furiosa e na primeira oportunidade solta todo seu veneno. Fala tudo que estava com vontade de falar, quase o chama de P.P. Morre a historia.
Morre? Que nada!
Meses sem se falar, a assombração retorna. Como se naaada tivesse acontecendo, pergunta como ela está (está ótima e bela como sempre, oras) e quer combinar um choppinho casual.
Ã?
É. Ele diz que está querendo conversar com ela faz algum tempo.
Ã? Agora será que vai pedi-la em casamento?

Conclusão: florzinhas, prestem atenção: não caiam no conto do vigarista! Por lord Ganesha! Avisa o bofe que essa história Hollywoodiana não cola mais...talvez colasse com nossas avós-mães...mas nessa geração NÃO mais! Eu não sei mesmo o que passa na cabeça desses seres acerebrados, mandar flores ou falar meio litro de groselhas não nos convencem mais! Hoje tem que saber sambar direitinho no ritmo da música ou no mínimo ser um belo homem Maradona... sexy, sedutor barato, boêmio..... ai ai.... e por aí vai.

Palavra do dia: assombração!